terça-feira, 23 de março de 2010

Testemunhos Reais - Amnistia Internacional

“Eu só queria ir ter com um amigo e chorar.”

“Eu tinha muita vergonha em admitir que alguém usasse a força contra mim.”

“Deveria haver mais informação sobre a lei, mais informação sobre os números de mulheres, para que possam pedir ajuda, e perceber que ela está logo ali, ao virar da esquina.”

“Ele era uma boa pessoa, mas passados cinco anos tudo começou. Ele começou a mandar a frustração dele para cima de mim, começou a bater-me, a insultar-me…”

“Para além de me agredir, ele não me deixava trabalhar.”

“Não sei como é que eu permiti que alguém me tratasse assim.”

“A minha família não se apercebia.”

“Os meus filhos não têm de sofrer o que eu sofri.”

“Ele, com as meninas presentes, começa a insultar-me. Chega a mãe dele, começa a insultar-me também.”

"…Durante estas largas e extenuantes horas, dizia-me que toda esta situação era culpa minha.”

“Casei-me quando tinha apenas 16 anos e sempre fui muito magoada pelo meu marido.”

“A minha mãe, é super religiosa:. É o matrimónio que Deus quis e tu tens de o aguentar.”

“Eu não queria arriscar encontrar-me com alguém só para falar dos meus problemas.”

“Ninguém me podia ajudar enquanto eu não me ajudasse a mim mesma.”

3 comentários:

  1. Eu não queria preocupa-lo sem razão.Provavelmente era só um atraso, "faço o teste e depois logo se vê". Saí da casa-de-banho, mais tranquila - "bolas, que susto" - ia em direcção à cozinha para colocar a "canetinha" no lixo, quando o vi, mais ou menos em contraluz, a sorrir. "Não te preocupes" disse-lhe com uma piscadela cúmplice. "Eu? - disse ele, mudando o semblante, para aquela carga cínica que já conhecía - "olha, meu não era, de certeza".
    Deixei de ouvir, um zumbido ténue começou a fazer tilintar-me os tímpanos, parecia que alguém tinha tirado a tampa do ralo da banheira e a minha energia era sorvida pelos furos negros, sorvendo-me para os canos. Escolhi não chorar, virar as costas e começar a fazer o jantar.
    Depois de acabarmos de comer, fui ao quarto trocar de chinelos. Ele ficou na soleira da porta e cuspiu:
    - Ao menos foi bom?
    Não respondi. Não porque não soubesse o que dizer mas por cada vez menos reconhecer aquela criatura em que se transformara o rapaz a quem achei piada, o homem com quem casei, o pai da minha filha, o amor da minha vida.

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  2. Isto demonstra que o homem não confia na sua esposa, com quem já tem uma filha em conjunto.

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  3. Não há idade para a violência doméstica.. Tenho 19 anos e já tive que passar por inumeras situações que uma pessoa da minha idade não devia nem sequer de conhecer. È a primeira vez que admito o que se passa com a minha vida... Podemos amar a pessoa que nos magoa, mas isso não é motivo para perdoar tudo o que ela nos faz. coragem, apesar de eu ainda nao ter encontrado a minha :/

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